alice dote (1992, fortaleza/ce) é artista visual e pesquisadora.
descobridora e fazedora de imagens, tem produzido entre as diversas expressões das artes visuais (como o desenho, a pintura, a gravura, o muralismo), as artes urbanas, a escrita, e outros modos de fazer com o corpo e com o espaço.
sustentando o desejo através da imagem, se dedica aos atravessamentos entre um cada vez maior repertório de gestos e visualidades, convocados por um pequeno, mas explorado à exaustão, repertório de motivos — o autorretrato; a sexualidade e o erótico; o tempo, a morte e a ausência — , operando uma escrita de si que (se) ficcionaliza através do cotidiano e da memória.
sua produção e pesquisa também se voltam à cidade, área de interesse desde 2017, quando da criação do coletivo narrativas possíveis (@narrativaspossiveis).
pesquisadora em antropologia urbana, e mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade Federal do Ceará (PPGS/UFC), com a pesquisa “Cidade Caminhante: escritas urbanas e outras feituras com imagens no Centro de Fortaleza/CE” (cidadecaminhante.tumblr.com).
fotografia de Bruna Valença
revista Marie Claire (jun/jul 2023)
participação na matéria "Arte como Antídoto", texto de Manuela Azenha, fotos de Flora Negri e produção de Vandeca Zimmermann.
fotografia de Rafael Neves
em 2024, participa das exposições coletivas "O Nordeste não é só um lugar", na Casa Gabriel Arte (São Paulo/SP), com curadoria de Felipe Barros de Brito; "Vórtex", na OMA Galeria (São Paulo/SP), com curadoria de Lucas Dilacerda; "Novena: o sagrado e o profano", na Galeria Leonardo Leal (Fortaleza/CE).
em 2024, em breve residência em Barcelona, frequenta o curso de pintura da Barcelona Academy of Arts, e faz incursões em litogravura no La Maldita Estampa, e em fotogravura no Taller de Grabado Manera Negra.
em 2023, em residência em São Paulo (SP), participa de formações em pintura, gravura e teoria da arte em espaços e instituições como Instituto Tomie Ohtake, Ateliê Piratininga, MASP, ateliê Apolo Torres, e Cozinha da Pintura. desde 2023 (há dois anos), participa do Grupo de Orientação Artística com Thiago Honório e Ana Paula Cohen.
também em 2023, desenvolveu o projeto "Na língua dos gestos", em colaboração com Carlos Penna, cujo lançamento contou com texto crítico de Carollina Lauriano. participou do Salão Sobral de Artes Visuais (Sobral/CE), da 1mpressa: o Centro de Fortaleza (Ateliê de Impressos / Sobrado José Lourenço, CE), e do Festival Concreto 2023. quanto a exposições coletivas, esteve na Sindicato de Artista, pela Germinadora de Arte Argyridis (São Paulo/SP), e na I Exposição Pequenos Formatos, pela Oposta Espaço Inventivo (Limeira/SP).
em dezembro de 2022, realizou sua primeira exposição individual, "aberturas_ cedo demais" com curadoria de Levi Banida.
em outras exposições coletivas, esteve na Manas, Minas e Monas (Bruta Flor/Mercúrio, 2021), na Arte em Tempos de Covid-19 (MAUC/UFC, 2020) e na Os Pensamentos do Coração (Casa Absurda, 2019).
também em 2022, participou do Festival Concreto, com realização de mural de doze metros de altura em parceria com Raisa Christina; do Festival Imaginários Urbanos, com a performance "risco_rua_risca"; e do Pomar: Laboratório de Escritas da BECE (Biblioteca Estadual do Ceará). outras realizações nesse sentido foram as participações com murais no Festival Jacugraffiti, no Festival Cores, no Mais que Rosa, além de murais em mutirões, ocupações e na Cozinha Solidária do MTST em Fortaleza.
no diálogo entre desenho, arte urbana, vídeo, performance e deslocamento como prática estética, além do risco_rua_risca, estão em andamento o projeto Caranguejo Caça Mangue, e as pesquisas Cidade Caminhante e poema-percurso.
fotografia de João Victor Gomes
participação no podcast
Os Nordestinos pelo Mundo
(2023)
participação no podcast
Que Nem Tu | Diáriáo do Nordeste
(2023)
no trabalho com ilustração, destacam-se o livro "A escrita descoberta num caldeirão e um grande sertão, memórias" (2023), de Maria Gabriela Sá Lima; capa de "O espaço entre nós" (2022), de Jéssica Lima/Editora Libertinagem; ilustração para ebook "Contos e recontos do Ceará" (2021), de Rafaela Diógenes e Ana Luiza Rios; co-organização e ilustração da publicação "Escritas em pandemia" (@escritasempandemia) (2020).
o envolvimento com a área das artes visuais também se indica pelas atividades formativas realizadas ao longo dos últimos anos. com o Narrativas Possíveis, idealizou e conduziu oficinas relacionadas a arte e cidade, além de ter participado de diversos eventos, aulas, palestras e mesas-redondas. o interesse no ensino tem se manifestado também no desenvolvimento de cursos livros e oficinas: em 2021, ministrou o curso “Cidades possíveis: percursos, imagens e escritas urbanas”, pela Imaginários Arte, e, em 2022, ministrou a oficina "As cidades das mulheres: percorrer riscar lamber Fortalezas", em unidades da Rede Cuca na cidade.
ao longo dos últimos anos, tem construído uma trajetória de formação, trabalho e engajamento poético e político que atravessa diversos espaços. além de atualmente frequentar ateliês de pintura e gravura de artistas de Fortaleza, passou por formações livres em instituições como Amplitude Escola de Arte Urbana (CE), Porto Iracema das Artes (CE), Laboratório de Artes e Micropolíticas Urbanas (LAMUR/UFC), Biblioteca Pública Estadual do Ceará (CE), Sem Título Arte (CE), Caixa Cultural Fortaleza (CE), A Casa Tombada (SP), Adelina Instituto (SP), B_arco (SP), MAM (SP), Unifor (CE), Laboratório de Arte Contemporânea (LAC/UFC), Laboratório das Artes e das Juventudes (LAJUS/UFC), PUC (RJ), Instituto Pólis, Estúdio Daniel Brandão (CE), Impressão Tropical Escola de Artes Gráficas (CE).
a escrita — da escrita "científica" à poesia — marca essa trajetória. além da produção acadêmica, durante o ano de 2021 colaborou para o site Bemdito, escrevendo crônicas sobre temas diversos: do desenho ao léxico do luto, passando pelo gesto do vestir-se. participou da antologia de poesia Travessia, da editora Libertinagem (2022). autora do capítulo “Folegar. Tomar fôlego. Respirar toma tempo”, no catálogo Fôlego (2020). coautora do capítulo “Cidades utópicas, Cidades possíveis” (2021), no livro Imaginários Urbanos.
fotografia de Jorge Silvestre
fotografias de Silas Costa, Isabele Andrade, Barbara Freitas e Viggo Muvi
as artes visuais, o mestrado em sociologia, a pesquisa em antropologia urbana, o coletivo Narrativas Possíveis compõem uma mistura à qual ainda se enlinham passagens pelos cursos de arquitetura e urbanismo e design de moda, e a pesquisa sobre morte e luto, que se adensou com a co-fundação do Instituto Bia Dote, em 2013, a coordenação de projetos relacionados a saúde mental, prevenção e posvenção do suicídio e luto, e, mais recentemente, a idealização e mediação do Clube de Leitura: histórias de morte e de vida, em atividade há quase dois anos.
da nudez à pixação, da antropologia à escrita do luto, passando pela textilidade de fazeres como o caminhar, o desenhar, o escrever e o vestir: embora, a princípio, esses possam parecer espaços de interesse díspares, em sua pesquisa em artes visuais, possíveis encontros existem em latência, esperando espaços, tempos e disparos.
fotografia de Rafael Neves